A igreja-colegiada de S. Bartolomeu, sita no extremo sudoeste da Praça do Comércio que a delimita juntamente com o “Adro de Baixo” e o “Adro de Cima”, não dispõe de uma orientação canónica. Foi precedida por uma outra que, na posição inversa da actual, essa sim, tinha o altar para nascente e a frontaria voltada para o rio.
Dedicada, na origem, a S. Cristóvão, tem existência confirmada nos séculos X e XI e sofreu uma reconstrução no séc. XII. O monumento do século XII possuía 3 naves e pelos menos 4 tramos, com duas portas travessas. A rua dos Prazeres ficava “defronte da porta travessa de S. Bartolomeu”, tal como regista uma finta de 1613.
Os adros de Cima e o de Baixo corresponderiam a um único grande “atrium” que seria o espaço cemiterial. Identificaram-se neste espaço várias sepulturas atribuíveis à época da igreja românica. Com a supressão do fim a que eram destinados, pela criação obrigatória dos cemitérios, quase todos os adros foram transformados ou incorporados em lugares públicos.
Supõe-se que a igreja românica não sofreu grandes alterações até ao séculoXVI, altura em que o piso terá sido alteado e o monumento parcialmente revestido a azulejos hispano-árabes. Na centúria seguinte houve mais remodelações, nomeadamente a introdução de azulejos de tapete do século XVII. O edifício actual teve a primeira pedra lançada em 16 de Julho de 1756.
Bibliografia:
BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Lisboa, 1987
CASTRO, Augusto Mendes Simões de, Guia Histórico do Viajante em Coimbra, Coimbra, 1867
GONÇALVES, António Nogueira, Novas Hipóteses acerca da Arquitectura Românica de Coimbra, Coimbra, 1938
LOUREIRO, José Pinto, Toponímia de Coimbra, Volume I e II, Coimbra, 1964
Património Edificado com Interesse Cultural – Concelho de Coimbra, Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra Departamento de Cultura, 2009
SIMÕES, Augusto Filipe, Relíquias da Architectura Romano-Bizantina em Portugal, Lisboa, 1870
Renderização: Simão Vilas Boas
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