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Castelo de Coimbra - IV

Updated: Oct 25, 2020

A PORTA DO CASTELO E OS TRÊS ARCOS SOBRE AS "PORTAS DA CIDADE"




Nas imagens podem ver panorâmicas do castelo por volta de finais do séc. XIV, início do séc. XV, com enfoque na "Porta do Castelo". Nesta época, a Porta do Castelo dava acesso primeiro ao interior do castelo e só depois uma outra porta (em cotovelo) conduzia ao interior da fortificação. De facto, a ocupação urbana na zona era parca e dispersa, não havendo a pressão urbanística que viria a acontecer, mais tarde, aquando da instalação definitiva da Universidade, em 1537, e que implicou a melhoria de todos os acessos à nova instituição, libertos que estavam das preocupações de defesa. A descrição das obras de alteração e divisão do castelo em duas metades (uma para a cadeia da correição, outra que inicialmente se manteve na posse do alcaide), em 1573, indiciam essas alterações na porta original.

Assim, terá sido a partir de 1573 que a “Porta do Castelo” original se transformou nas “Portas da Cidade”, formalizando-se um novo eixo até à porta de nascente do Paço Real (já convertido em Paço das Escolas). Esta grande alteração urbana fez com que a principal porta do antigo palácio real deixasse de ser a sul e passasse para nascente, embelezada em 1634 e hoje conhecida por “Porta Férrea”. No entanto, o nome de “Porta do Castelo” não desapareceu, passando a designar, apenas, a tal porta que do castelo conduzia ao interior da fortificação e não um conjunto de várias portas.

Já os elementos que se apelidavam de “arcos do castelo” não eram as “Portas da Cidade”, muito menos a “Porta do Castelo”, mas, simplesmente reforços estruturais para obstar à ruína do que ainda restava dessas antigas portas.



A terceira imagem mostra vestígios do antigo “Arco do Senhor do Castelo” (designado por "Arco Grande", o nº 1, na terceira imagem). Era, portanto, um dos três arcos de reforço (nº 1, 2 e 3 na mesma imagem) que estavam sobre as "Portas da Cidade", junto do Castelo de Coimbra, tal como se vê na planta pombalina de Elsden. Tratava-se de arcos botaréus construídos em 1667 para reforço da igreja do Colégio de S. Jerónimo e aparecem a tracejado nas plantas pois estão representados em projecção (por estarem acima do plano desenhado). De notar que a referida igreja ainda não existia no séc. XIV/XV que a nossa reconstituição reflete.

Os restantes dois arcos foram destruídos num ano nefasto para os arcos da cidade (1836), pois considerou-se que daí já não resultaria qualquer problema para a igreja de S. Jerónimo, o que talvez não acontecesse no que respeitava ao "Arco Grande", o único que se manteve. Numa reunião da vereação, acontecida a 5 de Outubro, foi declarada a nulidade dos antigos arcos que fexão a Cidade cauzando deformidade a mesma, servindo de azillo ao crime e a immoralidade, ordenando sejam todos demolidos com preferência os do Castello e Traição . Depois da demolição deveriam ter sido colocados dísticos, nos seus lugares, para memória futura.

O "Arco do Senhor do Castelo", ou "Arco Grande", ainda chegou inteiro à década de 40 do séc. XX: foi demolido em finais de Agosto de 1947.


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